Tema

Este projeto, vai ser elaborado no âmbito da unidade curricular Dissertação no ano letivo de 2012/2013. Quanto ao contexto do problema a analisar, este prende-se com a prática das modalidades de atletismo de pista para atletas com deficiência visual.

De facto, atualmente, para estas modalidades torna-se necessário o auxilio de um corredor-guia com todas as desvantagens inerentes.

Um dos grandes beneficiários desta evolução técnico-desportiva seriam, por exemplo, os Jogos Paraolímpicos (ou Paralímpicos) que são o maior evento desportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência. Estes jogos incluem atletas com deficiências físicas e/ou mentais tais como perda de mobilidade, amputações ou paralisia cerebral, além de deficientes visuais.

Relativamente ao atletismo de pista para deficientes visuais este apresenta as seguintes provas: corridas de velocidade (100, 200 e 400 metros), corridas de meio fundo (800 e 1500 metros), corridas de fundo (5000 e 10000 metros), corridas de revezamento (4x100 e 4x400 metros) e corridas de pedestrianismo (provas de rua e maratona). Além dessas, no atletismo em geral, ainda temos os saltos (triplo, distância e altura), arremessos e lançamentos (peso, dardo, disco e martelo) e provas combinadas (pentatlon - disco, peso, 100, 1500 e distância).

Com a elaboraçãao deste trabalho pretende-se que os atletas praticantes deste tipo de modalidades sejam totalmente autónomos, num futuro próximo. Também será analisado o impacto, ao nível da segurança, do uso desta tecnologia por parte deste tipo de pessoas.

Motivação

Atualmente em Portugal existe cerca de um milhão de pessoas com uma ou mais deficiências, um número que aumenta ano após ano, sendo a sinistralidade (laboral, etc.) e os acidentes de viação os principais causadores deste incremento.

Quanto à deficiência visual, a realidade do nosso país diz que existem 130 mil cegos. Destes só 10 mil estarão reabilitados, ou seja, reaprenderam a ler e a escrever em adultos, em Braille, tendo uma integração social relativamente normal. No campo da deficiência motora e mental, existem ainda 150 mil pessoas com a primeira deficiência e 71 mil vivem com a segunda.

Muitas destas pessoas estão numa situação complicada pois, não bastante a agravante de serem cidadãos portadores de deficiência física ou mental e terem que se deparar, por vezes, com alguns "preconceitos", não têm autonomia suficiente para diversas atividades do dia-a-dia.

Também, e apesar dos diversos avanços científicos e tecnológicos, infelizmente, as ações e os apoios das sociedades modernas ainda não são suficientemente fortes para mudar este quadro.

Este projeto, pelo seu teor, é um trabalho de ajuda às pessoas com deficiência visual, e que querem continuar (ou iniciar) práticas desportivas de atletismo, de forma mais autónoma, melhorando, pois, a sua qualidade de vida.

Pretende-se, então, contribuir tecnicamente com um sistema que diminua, consideravelmente, alguns dos inconvenientes de atuais práticas, proporcionando maior autoconfiança ao atleta e, acima de tudo, menor grau de dependência de terceiros.

O trabalho com este tipo de tecnologia/sistemas (RFID) era um desejo de há muito tempo, que foi, pois, concretizado no momento de escolha deste projeto.